Como atribuímos valor a um objeto?
Não existem histórias desimportantes, nem coisas desinteressantes.
Um experimento antropológico reuniu 200 objetos bem baratinhos.
Brinquedos de plástico, canecas, enfeites e outros tantos cacarecos comprados por aproximadamente US$ 1,25 cada. A ideia? Determinar o valor dessas coisas.
Rob Walker e Joshua Glenn convidaram escritores para contarem uma história sobre cada produto, que seriam leiloados depois. Dos 250 dólares investidos, o leilão rendeu US$ 8.000,00 - o valor foi destinado para remunerar os escritores e apoiar ONGs.

Mas o ponto é: como um simples contexto é capaz de mudar toda a percepção que temos de algo? Estamos profundamente ligados a necessidade de criar e fazer parte de histórias.
A primeira forma de criarmos narrativas foi lá atrás com o homem pré-histórico. O adorno com ossos e conchas contava sobre suas caçadas e crenças - muitos dos penduricalhos adquiriam poder de talismãs para aqueles exploradores. Foi só através objetos escavados e registros nas cavernas, que conseguimos traçar o início da nossa humanidade.
As coisas através do tempo
Já dizia Leonardo Boff, “Todo ponto de vista é a vista a partir de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão do mundo".
Pegar o ponto de vista de alguém emprestado é a tentativa de por alguns momentos, ser e pensar como o interlocutor. Caso contrário, por que compraríamos livros escritos e objetos criados por pessoas que admiramos?